A Ordem Hospitalar

Fundada em 1099, com o nome de Ordem de S. João Baptista de Jerusalém, rapidamente se expandiu na Europa e, em particular, na Península Ibérica, onde, como na Terra Santa, os cristãos terçavam armas com os Muçulmanos.
A sede da Ordem foi sucessivamente transferida de Jerusalém para Chipre, Rodes e Malta (1530) e, mais tarde, para Catania, Ferrara e Roma (1831).
A introdução da Ordem do Hospital na Península Ibérica, está relacionada com as lutas da reconquista, tendo acompanhado, para Sul, a expansão cristã, desde os princípios do século XII. Anteriormente a 1132 sob a chefia do vigário Paio Golindes, os hospitalários possuíam bens imóveis em território hoje Português.
A Ordem do Hospital, tinha casa em terras de Valadares, nos primórdios da fundação de nacionalidade, conforme refere Joaquim de Castro Pereira, em artigo do jornal “A Voz de Melgaço” de 01 de Junho de 1996. 
É provável que estes terrenos tivessem sido incluídos nas doações feitas por D. Teresa à Ordem. Aquela Senhora favoreceu a instalação do Priorado do Hospital de Leça, onde se manteve até 1340. 
D. Sancho I fez novas e importantes doações aos Hospitalários, mas já na Beira Baixa (Sertã,  Oleiros, Pedrógão, Belver). Com D. Sancho II, a Ordem alargou-se até Moura, Serpa e Crato.
Entretanto, é provável que o interesse na Ordem pelas suas posições a Norte, fosse diminuindo, pois era no Alentejo e, depois no Algarve, que continuavam as lutas contra os sarracenos.
Assim, os numerosos e pequenos domínios que a Ordem possui no Norte e Centro ter-se-iam transformado, principalmente, em fontes de rendimento, obtido através de contratos de aforamento. Nas Inquirições de 1258 refere-se a presença da Ordem em Mourojuzão ou Moujuzão, hoje Ceivães.
Na região, terá permanecido, apenas,  um pequeno número de freires – os necessários para garantir a administração dos seus bens.
Foi assim que, na freguesia de Távora, no concelho de Arcos de Valdevez, se manteve um pequeno cenóbio, sede da chamada Comenda de Távora, onde eram recebidos anualmente, os foros da Quinta, e outros.
Aí se encontra, ainda, a capela da Ordem. E alem disso, a antiga presença dos Hospitalários, é hoje assinalada nesta região pouco mais do que por topónimos.
Assim, refere-se ainda no concelho de Monção, o lugar do Hospital, no centro da actual freguesia de Lordelo, não longe da de Parada. A conjugação e localização destes topónimos, sugere que ali se fizesse o caminho de Ceivães para Távora, correspondendo essa “parada” ou paragem ao descanso correspondente a cerca de metade do percurso.
Também na Galiza, se encontram locais com a designação de Hospital, os mais importantes afiguram-se-nos os sítios no concelho de Tomiño (Pontevedra) e dois na província de Lugo, não muito afastados um do outro. O primeiro, no Incio, a Norte da Serra da Penha Redonda, e o segundo mais a NE, vizinho do Alto do Poyo (1337 metros), no caminho de Santiago e a Norte da Serra do Courel.
A casa e a Quinta gozaram, por muitos anos do privilégio de Couto da Ordem de Malta, o qual só foi extinto quando da abolição geral desses Coutos.
Em 1818, ainda havia recordação de a casa ter sido residência dos freires de S. João, sendo a Quinta passal da respectiva ermida.