Localização e alguns antecendentes

A denominada Quinta do Hospital, situa-se toda num pequeno terraço pleistocénico , da margem esquerda do rio Minho, onde tais depósitos fluviais ou marítimo-fluviais começam, de montante para jusante, a ganhar mais expressão.
Os materiais geológicos destes terraços, com estratigrafia e textura variáveis, denotam formação sob clima diferente do actual.
São frequentemente , amarelados e avermelhados, evidenciando formas oxidadas dos compostos de ferros, cores típicas até de solos sujeitos a fenómenos de laterização sob climas tropicais.
Foi provavelmente, a sua cor que levou os Romanos a dar o nome de “minium” ao rio, o que seria derivação da palavra latina que significa vermelhão, ocre.
Ernesto Iglesias Almeida (Tui, 1988) lembra que Estrabão[1] teria considerado o rio navegável até Orense, ou, mesmo, Lugo. O que mostra a importância que então teriam as terras dispostas ao longo das suas margens.
Já o homem paleolítico, para quem a riqueza em seixo rolado poderá ter constituído material facilmente utilizável, deixou marcas da sua passagem por estes lugares.
Antas, Mamoas e outros vestígios deixaram as populações neolíticas e, depois, as da idade do bronze.
Não faltam, na zona, topónimos e monumentos atestando a presença de grupos pré-Celtas, Celtas e outros, sendo que realçam o grupo gentílico dos Grobios ou Grovios, cujo território tem sido indicado como indo das margens do Minho até Vigo. Nos limites das freguesias actuais de S. João de Sá (Monção) e de Penso (Melgaço) ainda hoje existe o topónimo Groba, que se repete pela Galiza e Minho.
Importantes povoados Castrejos se observam no monte da Assunção (Barbeita) e no da Senhora da Graça (Badim), carecendo, principalmente este último, de estudo, pois pode tratar-se de um povoamento mais moderno. No ano de 138 A.C. os exércitos Romanos de Décio Júnio Bruto[2] terão chegado às margens do Minho, que foi atravessado por Júlio César em 58 A.C.
Ao imperador Tibério Cláudio se refere uma inscrição em Tui e o padrão miliário de Valença, da via de Braga para Lugo e Astorga . Mas foi em 572 que Tui como importante diocese, e depois capital suévica, entrou para a história,  quando o seu Bispo Anila assiste ao segundo concílio de Braga.
A partir de então, Tui torna-se a capital das terras banhadas pelo Minho, na sua zona jusante, chegando a sua diocese até ao rio Lima.
Tui tornou então, capital de um reino Suevo até que em 716 o exército Mouro do Emir Abdel Aziz a conquistou, tendo aí permanecido até 738.
Quanto o rei Afonso I a retomou, ficando, apesar da reconstrução defensiva de Ordonho I, em 850, à mercê de sucessivas invasões Árabes e Normandas, que produziram os seus efeitos, para montante, ao longo do vale.


[1] Estrabão, em grego, Στράϐων (63 a.C. ou 64 a.C. - cerca 24 d.C) foi um historiador, geógrafo e filósofo grego.
[2] Décio Júnio Bruto, procônsul da Ulterior, vence os Lusitanos e os Galaicos e toma Talabriga.